A petrolífera Anadarko anunciou hoje mais um acordo de fornecimento de gás natural a produzir em Moçambique que deixa o consórcio de exploração da Área 1 a um contrato da decisão final de investimento.
Um acordo com a companhia indiana Bharat Petroleum (BPCL) faz com que o total de gás natural liquefeito (LNG, sigla inglesa) vendido antecipadamente ultrapasse 8,5 milhões de toneladas por ano (Mtpa), próximo dos 9,5 Mtpa definidos pela Anadarko para o consórcio que lidera anunciar a decisão final de investimento na costa norte de Moçambique.
“Além de a BPCL ser um co-empreendedor de capital”, uma vez que também faz parte do consórcio da Área 1, “também estamos satisfeitos por tê-los como um dos nossos clientes “, disse hoje Mitch Ingram, vice-presidente executivo da Anadarko.
Segundo referiu, “o papel da Índia no mercado global de LNG continuará a crescer, sendo Moçambique um fornecedor natural, dada a sua proximidade geográfica e a participação de 30% do Estado indiano no consórcio Moçambique LNG” que vai operar a Área 01.
O acordo com a BPCL prevê o fornecimento de um Mtpa durante 15 anos.
Segundo uma nota aos investidores divulgada na segunda-feira, um outro contrato de compra e venda com o mesmo volume deverá ser anunciado para permitir que se formalize a decisão final de investimento.
O consórcio tem já contratos fechados com as empresas Tokyo Gas do Japão e a britânica Centrica (um contrato conjunto de 2,6 Mtpa), Shell (2 Mtpa), a estatal chinesa CNOOC (1,5 Mtpa), Eletricidade de França (1,2 Mtpa) e a japonesa Tohoku (0,3 Mtpa).
A decisão final de investimento na Área 1, através de um anúncio público, habitual neste tipo de investimentos, vai confirmar todo o investimento em infraestruturas (estradas, edifícios, aeródromo, entre outras) já em curso há um ano e alguns meses na península de Afungi, distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
A fábrica ali a nascer será composta inicialmente por dois módulos capazes de produzir 12,88 Mtpa de LNG, destinado à exportação.
O consórcio que explora a Área 1 é constituído pela norte-americana Anadarko (26,5%), a japonesa Mitsui (20%), a indiana ONGC (16%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores a outras duas companhias indianas, Oil India Limited (4%) e Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).
Juntas, as empresas indianas têm cerca de um terço da participação.
A Índia é o quarto maior importador de LNG do mundo, depois do Japão, China e Coreia do Sul, de acordo com a União Internacional de Gás (IGU, sigla inglesa).